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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

DEZ PASSOS PARA A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DA CRIANÇA MENOR DE 2 ANOS

Orientações Práticas para as Mães


A criança menor de 2 anos está crescendo rápido e por isso necessita

de uma alimentação saudável para fornecer a quantidade de energia e

outros nutrientes essenciais para garantir o seu crescimento e

desenvolvimento normal, inclusive o desenvolvimento adequado do seu

cérebro.

Para ter uma alimentação saudável o bebê precisa, até os 6 meses, ser

amamentado exclusivamente ao seio (sem dar água, chá ou qualquer

outro alimento) e, depois do sexto mês, precisa comer outros alimentos

e continuar mamando no seio até pelo menos 2 anos de idade, porque

após os 6 meses, o leite materno sozinho não é suficiente para cobrir as

necessidades nutricionais da criança, para que ela cresça e se desenvolva

bem. Esta maneira de alimentar a partir dos 6 meses (leite materno mais

outros alimentos) é chamada alimentação complementar.

Quando a alimentação complementar ao seio é feita pela mãe de

forma adequada, o bebê cresce bem, aprende a comer os mesmos

alimentos que sua família e adquire hábitos alimentares saudáveis que

irão até sua vida adulta. É perigoso começar a alimentação complementar

cedo demais ou tarde demais. Nesta fase, também é perigoso dar

alimentos nutricionalmente inadequados para o bebê.

É por isso que o Ministério da Saúde, com o apoio da Organização

Panamericana da Saúde e participação de profissionais de saúde de todo

o Brasil, definiu os melhores guias possíveis para que os trabalhadores

de saúde (agentes de saúde, enfermeiro, assistente social, nutricionista,

médico) possam promover, junto com as mães, a alimentação saudável

das crianças pequenas. Estes guias são também adotados pela Sociedade

Brasileira de Pediatria e são chamados “DEZ PASSOS PARA A

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DA CRIANÇA BRASILEIRA MENOR DE

2 ANOS’’.

Nesta cartilha, nós vamos lhe dizer qual é a alimentação ideal para as

crianças menores de 2 anos, quais são estes , e como você pode fazer

para colocá-los em prática. Estas orientações já foram testadas por mães

brasileiras, como você, e aprovadas. Elas acham que são recomendações

boas para a saúde e nutrição das crianças pequenas e que podem ser

praticadas pela grande maioria das mães nos seus domicílios. Para

esclarecer qualquer dúvida sobre como alimentar seu bebê, pergunte ao

trabalhador de saúde da unidade de saúde mais próxima de você. Consulte

o médico do seu bebê antes de fazer mudanças radicais na alimentação

dele.

Nós lhe desejamos sucesso na alimentação da sua criança e que ela

seja bem nutrida e saudável.

POR QUE CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS PRECISAM

DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL?


Orientações Práticas para as Mães


A alimentação ideal para a criança menor de 2 anos é:

• Aleitamento materno até dois anos ou mais.

• Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses.

• Introdução de alimentos complementares ao seio a partir

dos 6 meses (180 dias).

2.1 - O QUE É ALIMENTO COMPLEMENTAR?

Alimento complementar é qualquer alimento que não o leite

materno e que é oferecido à criança em adição ao leite materno.

Isto também inclui qualquer tipo de líquido como água pura ou

açucarada, chá e suco de fruta que é dado à criança.

Há 2 tipos de alimento complementar:

• Especialmente preparado para a criança.

• Alimentos habituais da família modificados.

Alimento especialmente preparado para a criança quer dizer:

um alimento que é preparado só para ela. Por exemplo, para a refeição da

família a mãe faz arroz, feijão, galinha e abóbora e para o bebê ela cozinha,

em uma panela separada da que usou para fazer os alimentos da família,

por exemplo, batata, cenoura, chuchu e galinha, feito com pouco sal e sem

pimenta. Depois a mãe faz uma papa bem macia destes alimentos que

cozinhou só para o bebê e dá para ele. Então, a mãe tem o trabalho de

cozinhar duas comidas diferentes.

A consistência do alimento a ser dado à criança deve ser macia. O

alimento deve ser bem cozido e, preferencialmente, ele deve ser amassado

com garfo ao invés de passar em liquidificador ou peneira. Alimento passado

em liquidificador fica mais ralo, com menos energia, e tem suas fibras

quebradas. As fibras inteiras são necessárias para ajudar a movimentar os

intestinos da criança. Peneiras são difíceis de limpar, podem contaminar o

alimento e causar diarréia no bebê.

Alimento especialmente preparado para o bebê pode ser uma boa opção

no início da alimentação complementar se a mãe quiser e tiver condições

de fazê-lo, mas isto não é essencial para garantir a boa nutrição da criança.

Alimentos habituais da família modificados quer dizer: fazer

para o bebê os mesmos alimentos que você prepara para a família e que

todos da casa comem (feitos com pouco sal e sem pimenta), só que para o

bebê, você modifica a consistência desses mesmos alimentos (bem amassado

e macio) para que o bebê coma com facilidade. Por exemplo, se você faz

para a família arroz, feijão, carne, abóbora e couve, cozinhe esses alimentos

um pouco mais até ficar bem macio, com pouco sal e sem pimenta, modifique

a consistência antes de dá-los ao bebê. Você modifica a consistência

amassando bem esses alimentos com um garfo, primeiro o arroz, depois a

abóbora e depois o feijão, até que cada um deles fique macio como uma

papa. Depois você desfia a carne bem fininha ou corta em pedacinhos e a

couve você corta como temperinho verde. Isso vai facilitar a criança a comer

QUAL A ALIMENTAÇÃO IDEAL PARA A CRIANÇA

MENOR DE 2 ANOS? 2

Alimentos da família podem ser modificados também pela adição de um

pedacinho a mais de um outro alimento que vá garantir que a criança receba

um determinado nutriente. Por exemplo, um pedacinho de cenoura ou abóbora

para garantir a vitamina A, um pedacinho de fígado para garantir o ferro, e um

pouco de óleo ou margarina para dar mais energia para o crescimento da

criança. Você pode, por exemplo, cozinhar um pedacinho de cenoura ou de

abóbora ou de fígado de galinha só para o bebê, se nesse dia esses alimentos

não tiverem sido cozidos para a comida da família.

Dar alimentos da família modificados é adequado para

a boa nutrição da criança, é mais econômico, consome

menos tempo e dá menos trabalho para a mãe.


e vai evitar engasgos. Coloque todos estes alimentos, assim modificados,

no pratinho do bebê, separados uns dos outros, e ofereça a ele. Lembre-se,

a criança deve comer a carne e não apenas o caldo. A carne pode ser moída,

desfiada ou cortada em pequenos pedacinhos.

Use o garfo e não utilize o liquidificador para amassar os alimentos.

Fazendo assim, você não vai ter que cozinhar duas comidas diferentes,

não vai precisar cozinhar algo só para o bebê e ele terá uma comida que

vai alimentá-lo bem.


QUAIS SÃO OS DEZ PASSOS PARA A ALIMENTAÇÃO

SAUDÁVEL DA CRIANÇA MENOR DE 2 ANOS?

PASSO 1: Dar somente leite materno até os seis meses, sem

oferecer água, chás ou qualquer outro alimento.

PASSO 2: A partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e

gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois

anos de idade ou mais.

PASSO 3: A partir dos seis meses, dar alimentos

complementares (cereais, tubérculos ou raízes, carnes,

leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança

receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver

desmamada.

PASSO 4: A alimentação complementar deve ser oferecida

sem rigidez de horários, respeitando sempre a vontade da criança.

PASSO 5: A alimentação complementar deve ser espessa

(grossa) desde o início e oferecida de colher; começar com

consistência pastosa (papas /purês), e gradativamente aumentar

a sua consistência até chegar à alimentação da família.

PASSO 6: Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma

alimentação variada é uma alimentação colorida.

PASSO 7: Estimular o consumo diário de frutas, verduras e

legumes nas refeições.

PASSO 8: Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes,

balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros anos de

vida. Usar sal com moderação.

PASSO 9: Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos

alimentos, e armazená-los e conservá-los adequadamente.

PASSO 10: Estimular a criança doente e convalescente a se

alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos

preferidos, respeitando a sua aceitação.


Por natureza, para sugar o bico do peito da sua mãe, o bebê

movimenta a boca e língua de maneira diferente dos movimentos

necessários para sugar bicos artificiais. É por isso que bebê que recebe

bico artificial pode ficar confuso quando é colocado no seio

da mãe. Ele pode não conseguir pegar o seio, nem mamar bem e nem

retirar o leite de que precisa. Com isso, pode ficar nervoso, ansioso, com

fome e pode até recusar o peito. A mãe, não entendendo que o bebê

está confuso por causa do bico artificial, pode pensar que ele não

gosta do peito ou que o leite dela é “fraco”, ou “pouco”, ou “está

secando” e dar leite artificial em mamadeira. Com isto, ele pode ficar

mais confuso e até largar o peito. Então, a duração da amamentação

pode ficar mais curta e o bebê não vai conseguir se nutrir bem.

Além disso, aumenta o risco dele ter diarréia, porque mamadeiras e bicos

são difíceis de limpar e podem contaminar os alimentos dados ao bebê. Em

conseqüência disso, ele pode ficar desnutrido e até morrer. Mamadeiras e

chupetas também podem repercutir de maneira negativa na formação dos

dentes, na forma como o bebê respira e até mesmo na sua fala.

Quando o bebê tiver 6 meses, inicie a alimentação complementar

ao seio e use copo, prato e colher ao invés de mamadeira. Lembre-se

de perguntar ao médico se o seu bebê precisa tomar

suplemento de vitaminas e minerais como o ferro.

Os Dez Passos compreendem o aleitamento materno e a

administração de alimentos complementares ao seio após os

seis meses de vida.

Para facilitar o aleitamento o bebê deve ser levado ao seio materno

logo após o nascimento, o mais cedo possível, para que ele e sua mãe

aprendam como amamentar de maneira correta e eficaz, e para que a

amamentação possa continuar por tempo adequado.

É por isso que nós recomendamos que as mães não dêem

bicos artificiais, nem chucas, nem mamadeiras às suas crianças

menores de 2 anos.

COMO COLOCAR EM PRÁTICA OS DEZ PASSOS?

Os trabalhadores de saúde ( agente de saúde, enfermeiro,

nutricionista, assistente social, médico) da sua área, lhe ajudarão a praticar

com sucesso os “Dez Passos” para alimentação saudável do seu bebê.

Até os 6 meses dê somente o peito ao seu bebê.

Dê somente leite de peito, todas as vezes que ele quiser,

tiver fome ou sede. O leite de peito é forte, mata a sede e

sustenta e ajuda o bebê a crescer bem.

Bebê, desde novinho até os 6 meses, não precisa beber outros

líquidos. Evite dar mamadeira ou chuca com leite artificial ou água,

chá, suco, e não dê nenhum bico ou chupeta.

Mamadeiras atrapalham a amamentação e o bebê corre mais

risco de adoecer. Ele pode ter diarréia, ter desnutrição, ficar magro,

bem fraquinho e até morrer.

Se seu bebê é pequenino e você já está usando alguma

mamadeira ou chuca para dar água, chá ou suco, mas quiser

dar só o peito, ainda tem jeito. Dê sempre o peito e aumente o

número de vezes que o bebê mama no peito. Deixe de dar mamadeira

ou chuca porque isso atrapalha a amamentação, pode dar diarréia e

deixar o bebê fraco e desnutrido.

Fazendo assim, você está ajudando o seu bebê a crescer

forte e saudável.

Se estiver usando mamadeira para dar outro leite artificial, mas

gostaria de dar só o peito, você também pode. Peça ajuda do Agente

de Saúde de sua área ou do posto de saúde mais próximo da

sua casa porque a retirada da mamadeira, neste caso, tem que

ser mais devagar do que no caso de estar dando apenas água,

chá ou suco. É preciso dar um tempinho para que o peito reassuma a

produção de leite suficiente para as necessidades da criança. O Agente

de Saúde acompanhará o ganho de peso da sua criança pelo menos uma

vez por semana, até que possa retirar o leite artificial e a criança ficar

apenas no peito.

4.1 - QUANDO SEU BEBÊ TEM MENOS DE 6 MESES


• Não desista de dar só o peito ao seu bebê.

• Assegure-se que o seu bebê pega corretamente

o peito.

• No caso de alguma dúvida ou dificuldade com a

amamentação, antes de introduzir qualquer outro

alimento que não seja o leite materno, peça ajuda

ao trabalhador de saúde mais próximo. Siga a

orientação do médico de seu bebê.

Veja como é a pega correta e incorreta na ilustração a seguir:

Fonte: OMS/UNICEF, 1997

Na pega correta o bebê:

• Encosta o queixo no seio da mãe

• Tem a boca bem aberta

• Pega na aréola e não apenas no bico

• A aréola está mais visível acima da boca do que

abaixo.


4.2 - COMO FAZER A ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR?

A alimentação complementar é o período de transição

alimentar do bebê, quando ele passa aos poucos do seio

materno para os alimentos da família. É uma fase muito

importante para a sua boa nutrição e saúde tanto na infância

quanto na vida adulta. A mãe também aprende como alimentar

sua criança e a tomar as decisões corretas nos dois primeiros

anos de vida da criança. Você precisa saber o que se segue.

4.2.1 - Quando começar a alimentação complementar?

Aos 6 meses, todos os bebês devem começar a receber outros

alimentos além do leite materno. Antes disto, o intestino, o rim, e

o sistema nervoso do bebê ainda não estão prontos para receber outro

alimento que não seja o leite materno.

A introdução precoce de alimentos, antes de 6 meses, é

inadequada e perigosa porque:

• O bebê não precisa de outros alimentos e isto vai substituir o

leite materno.

• O bebê recebe menos fatores protetores do leite materno. Então,

aumenta o seu risco de adoecer, de ficar desnutrido e até de

morrer em conseqüência disso.

• O risco de diarréia aumenta porque o alimento complementar

pode não ser tão limpo quanto o leite materno.

• As mães, para facilitar que o bebê coma e por não saberem bem

o que fazer, podem de uma maneira errada, dar alimentos

complementares ralos ou aguados que não atendam às

necessidades nutricionais do bebê. A criança pode não crescer

bem, ficar desnutrida, ter anemia por deficiência de ferro, ter

deficiência de zinco e de vitamina A e de vários outros

micronutrientes.

• As mães correm mais risco de engravidar se elas amamentam

menos freqüentemente.

Começar a alimentação complementar tarde demais também

é perigoso porque:

• A criança não recebe os alimentos que vão suprir a energia e

nutrientes de que ela precisa para crescer saudável, pois, depois

dos 6 meses o leite materno sozinho não garante todas as

necessidades nutricionais da criança.

• A criança pára de crescer ou cresce muito lentamente.

• Aumenta o risco de desnutrição e de deficiência de

micronutrientes.

4.2.2 - Quais alimentos oferecer ao seu bebê?

É melhor que o seu bebê receba os alimentos da família

modificados. Assim você garante uma mistura adequada em nutrientes

e energia para que a criança cresça saudável, e não precisa preparar

alimentos especialmente para a criança.


É importante saber que todos os alimentos complementares

preparados para o bebê (especialmente preparados para ele

ou da família modificados) devem ter densidade de energia e

quantidade de nutrientes adequada para que o bebê cresça

bem.

Portanto, evite dar sopas e mingaus ralos ao bebê porque

estes tipos de preparações de alimentos têm baixa concentração de

energia e nutrientes e não atendem às necessidades nutricionais

da criança. Como a criança precisa receber toda a energia necessária

no pequeno volume do seu estômago, se a mãe lhe der um alimento

ralo, com baixa densidade de energia (baixa concentração de

energia por grama de alimento), seria preciso dar um volume deste

alimento em quantidade maior de que o estômago da criança pode

receber para conseguir dar a quantidade certa de energia. Então, dando

um alimento ralo, mesmo que a criança fique de barriga cheia e não

reclame de fome, não é possível que ela receba a energia e os

nutrientes de que precisa, estará mal alimentada e pode ficar

desnutrida.

As sopas, até têm pedacinhos de alimentos nutritivos, mas são diluídas

e aguadas. O mingau, geralmente, é preparado ralo para facilitar que a

criança nessa idade consiga comer. Logo, sopa e mingau ralo não

são bons alimentos complementares e não devem ser usados

na alimentação das crianças menores de 2 anos. Além de dar

alimentos ricos em energia por grama de alimento, dê também

uma variedade de alimentos. Introduza os novos alimentos e à

medida que o bebê for aceitando introduza outros, sempre procurando

fazer uma mistura de forma adequada.

De uma forma prática, para fazer diariamente uma mistura

adequada de alimentos, você pode dar um alimento básico da comida

da família, misturado com grãos, com alimentos de origem animal, com

folhas verde escuras e/ou legumes. É preciso também acrescentar um

pouco de óleo ou manteiga ou margarina para ajudar o bebê a crescer

bem. Os alimentos básicos da família são os cereais e as raízes.

Veja exemplo destes tipos de alimentos a seguir:

Cereais: arroz, fubá de milho,

macarrão.

Raízes: batata, inhame,mandioca/

aipim.

Grãos ou leguminosas:

feijão, lentilha, grão de

bico, ervilha, soja.

Alimentos de origem

animal: carne de boi,

peixe, ovos, fígado de

galinha e de boi, leite.

VEGETAIS

Legumes: abóbora, cenoura, folhas verdes escuras:

couve, espinafre, taioba.

Não cozinhe demais os legumes. Use pouca água,

fogo baixo, com panela tampada. Esfrie um pouco,

amasse com garfo e transforme-os em purê. Cozinhe

as cenouras com cascas e os outros legumes

descascados e em pequenos pedaços.

Prefira dar pedacinhos de fruta ao invés de suco.

Se der suco, use pequenas quantidades e de

preferência após as refeições.

Se sua família é vegetariana, peça orientação

específica ao médico do seu bebê sobre como

suprir as necessidades nutricionais dele.

No início, coloque os alimentos separados no pratinho do bebê e

evite dar vários alimentos misturados ao mesmo tempo, para que a

criança aprenda a reconhecer os diferentes sabores.

Veja o exemplo da proporção de cada alimento (básico, grão, de

origem animal, legumes) a ser colocado no prato do bebê para ter uma

mistura adequada de alimentos complementares. Isso não é a quantidade

que a criança deve comer, mas sim, a forma como você deve combinar

as porções de cada alimento. Tem crianças que comem mais do que isso

e outras que comem menos. O importante é que ela coma essa combinação

de alimentos e deixe resto.

A mistura de alimentos complementares

deve ser variada para que criança

receba todos os nutrientes de que precisa

e para que facilite a formação de hábitos

alimentares saudáveis. Isso é também

importante para evitar a monotonia

alimentar que diminui o apetite da criança.

• 3 porções de alimento básico (ex: arroz)

• 1 porção de leguminosa (exemplo: feijão)

• 1 porção de alimento de origem animal

(exemplo: fígado)

• 1 porção de legume (exemplo:abóbora)

• 1 porção de verdura (exemplo: espinafre)

COLOQUE OS ALIMENTOS SEPARADOS NAS SEGUINTES PORÇÕES

• Acrescente 1 colher de óleo ou margarina

para aumentar o valor calórico da

refeição.


4.2.3 - Qual deve ser a consistência dos alimentos

complementares para o bebê?

A consistência deve ser inicialmente pastosa e ir aumentando aos

poucos à proporção que a criança cresce. Assim, você estará agindo de

acordo com as necessidades nutricionais e habilidades dela.

É essencial que todos os alimentos do bebê tenham

consistência apropriada à sua idade. Para as crianças de 6 a 8

meses os alimentos devem ser bem amassados e particularmente macios,

sob a forma de purês. Dos 9 aos 11 meses os alimentos podem ser

dados desfiados ou bem picadinhos, porque o bebê já tem alguns

dentinhos e isso é bom para estimular sua mastigação. Nessa idade, as

crianças podem segurar pequenos pedaços de alimentos que podem servir

como lanchinhos nutritivos. Aos 12 meses, elas já podem começar a

comer “comida de panela”, na mesma consistência que a família come.

Evite, tanto os alimentos ralos (baixa densidade de energia) quanto os

alimentos duros e/ou afilados (podem engasgar a criança).

Prepare os alimentos de forma higiênica e sirva-os ao bebê

logo após seu preparo. Use copo, prato e colher ao invés de

mamadeira. Não dê alimentos ralos ao seu bebê.

4.2.4 - Qual a quantidade de alimento complementar a ser

dada ao bebê?

A quantidade de alimento complementar a ser ingerida pelo bebê

deve ser determinada pela sua própria aceitação. A criança deve comer

o quanto ela desejar até que fique satisfeita. Isto quer dizer, deixar alguma

sobra no prato e não mais sentir fome.

Comece com pequena quantidade de alimento e vá aumentando à

proporção que a criança cresça. Se em uma refeição o bebê não deixou

nenhum resto, na próxima vez aumente um pouco a quantidade ofertada.

Aos poucos você aprenderá a reconhecer os sinais de fome e os sinais de

que a criança está saciada e já comeu o suficiente. Não a deixe ficar com

fome nem a force comer. A criança tem um mecanismo natural de

controlar a quantidade de alimento que ela come de acordo com as suas

necessidades. Este mecanismo é chamado de auto - regulação do apetite

e ingestão de alimentos. Respeitar este mecanismo é muito importante,

tanto para que ela não fique desnutrida como para que no futuro não

seja um adulto obeso.

O bebê pode ser pequeno, mas isto não quer dizer que ele

deva comer pouco.

4.2.5 - Qual deve ser a freqüência de refeições com alimentos

complementares?

Além de dar a quantidade que a criança quiser comer, alimente-a

várias vezes ao dia. Mantenha as mamadas ao seio e à proporção que a

criança for crescendo, aumente o número de vezes que você dá alimentos

complementares. Isto é essencial para que ela cresça bem.


Se necessário, lanches nutritivos adicionais podem ser oferecidos 1 a

2 vezes ao dia. Lanches são definidos como alimentos consumidos entre

as refeições, convenientes e fáceis de preparar e usualmente consumidos

pela criança segurando-os com a própria mãozinha.

Lembre-se que o número apropriado de refeições depende da

densidade de energia dos alimentos locais e da quantidade habitualmente

consumida pela criança em cada refeição.


4.2.6 - Como fazer para dar uma alimentação complementar

segura?

A prática mais segura para prevenir a contaminação de alimentos

complementares é:

􀂙Manter as mãos sempre limpas, lavando-as com água e sabão durante

a manipulação, o preparo e a oferta dos alimentos, e inclusive as mãos

das crianças antes de dar o alimento.

􀂙Manter a limpeza de utensílios e das superfícies para preparação e

administração dos alimentos.

􀂙 Evitar mamadeiras, porque são muito difíceis de limpar. Preferir

alimentação de copo, xícara, colher ou prato.

􀂙Preparar o alimento em quantidade suficiente para apenas uma refeição.

Não esfriar o alimento que vai ser dado a criança soprando sobre ele, e

nem provar o alimento com a colher com a qual vai ser dado a criança.

􀂙Se for indispensável preparar alimentos para mais que uma refeição,

estoque adequadamente o alimento e assegure que o reaquecimento

atinja no mínimo 70°C. Isto pode ser difícil de se conseguir, mas é preciso

seguir esta dica à risca por causa do alto risco de contaminação.

􀂙Não dar à criança restos de alimentos que sobraram da refeição anterior.

􀂙Se o alimento que vai usar estiver com algum dano não use. Só use o

que estiver bom.

􀂙Se usar geladeira, limpe-a regularmente e jogue fora os alimentos estragados.

“Alimentos complementares contaminados

são a causa mais freqüente de diarréia em bebês”

4.2.7 - Como dar alimentos ao bebê?

4.2.8 - E se o bebê parecer não querer novos alimentos?

De acordo com o seu próprio desenvolvimento, o bebê primeiro suga,

e aos poucos se torna capaz de chupar, amassar e mastigar os alimentos.

Assim, se for oferecido ao bebê um alimento para o qual ainda não está

preparado, ele pode não conseguir comer e, aparentemente, rejeitar

o alimento. A mãe pode não entender o que está acontecendo e pensar

que ele não gosta daquele alimento. Relembre e pratique o que lhe

• É importante compreender que a criança leva tempo para aprender a

usar seus lábios para limpar o alimento da colher, assim como para

mover o novo alimento para a parte de trás da boca e poder engolir.

Alguns alimentos podem escorrer pelo queixo ou serem cuspidos pelo

bebê. Isso é comum e não quer dizer que ele não goste do

alimento.

• A atitude da pessoa que alimenta o bebê é muito importante para

ajudá-lo a aprender mais rápido como comer e se deliciar com os

novos alimentos.

Lembre-se que os momentos de refeição são momentos de

aprendizagem para o bebê e para você. Portanto:

Para amamentar seu bebê menor de 6 meses ofereça o seio todas as

vezes que ele quiser, tiver fome ou sede, e cuide para ter uma boa técnica

de amamentação. Se tiver alguma dúvida ou dificuldade, peça ajuda ao

trabalhador de saúde mais próximo. Após os 6 meses, continue

amamentando e introduza os alimentos complementares.

Ao dar alimentos complementares ao bebê é muito importante a

atitude de quem o alimenta, a consistência do alimento dado, o modo de

alimentar, a freqüencia da alimentação e a quantidade que lhe é dada.


• Alimente a sua criança de forma amorosa;

• Olhe nos olhinhos dela. Converse enquanto

a alimenta;

• Alimente a criança diretamente e ajude-a

quando ela já puder comer por si mesma;

• Não a deixe sozinha durante a alimentação;

• Alimente a criança de forma lenta e

paciente, encoraje-a a comer;

• Não a deixe com fome, mas também não a

force a comer.

• Observe, aprenda a reconhecer, seja sensível

aos sinais de fome e de saciedade da criança.


falamos sobre a consistência dos alimentos para o bebê de acordo com

as habilidades dele.

Não é correto desistir de oferecer um determinado alimento

ao bebê, logo na primeira vez que ele parece recusar. Deixe

passar algum tempo e ofereça o alimento novamente até que ele aceite.

Faça isso com todos os alimentos que o bebê parece recusar e,

principalmente, com as frutas e verduras. Os vegetais mais fibrosos são

melhores aceitos a partir dos 12 meses. Às vezes, as crianças com mais

idade comem pouco, ou nem comem frutas e verduras, porque não

aprenderam a comê-las quando ainda eram pequenas.

Além disso, experimente diferentes combinações de alimentos,

sabores, texturas, e métodos de encorajamento, e evite as distrações

durante as refeições para que a criança não perca facilmente o interesse

pelo alimento.

Dê carinho ao bebê de maneiras diferentes da amamentação porque,

às vezes, quando ele procura o peito da mãe, ele precisa é de carinho e

nem sempre é fome de peito. Aprenda a reconhecer quando a criança

tem fome e aproveite este momento para lhe oferecer o alimento.

Se você não gosta de um determinado alimento, peça a outra pessoa

para oferecê-lo á criança na primeira vez. A criança pode ser influenciada

negativamente pelas reações da pessoa que a alimenta.

4.3 - COMO FAZER QUANDO SEU BEBÊ TEM DE 6 A 11 MESES

E 29 DIAS

4.3.1 - E mama no peito

Quando seu bebê tem mais de 6 meses, ele está crescendo muito e

precisa comer outros alimentos porque o leite de peito sozinho já não

dá mais conta de alimentar bem o seu bebê.

Além do peito, dê outros alimentos 3 vezes ao dia, assim

que terminar de prepará-los.

Evite dar sopas. Ao invés disso, dê no almoço e no jantar alimentos

da família, bem cozidos, amassados, feitos com pouco sal e sem pimenta,

porque sustentam mais o bebê.

Dê arroz, feijão, com folhas verdes escura, outras verduras e legumes

amarelo alaranjados, porque sustentam mais a criança. Sempre que possível,

junte ovo, ou um pedacinho de carne, ou frango, ou fígado, ou peixe.

Não troque essas refeições pelo leite de peito.

Dê também, uma vez ao dia uma fruta amassada.

O bebê deve comer até que esteja satisfeito e não queira

mais.

Use copo, prato e colher ao invés de mamadeira para

alimentá-lo. Mamadeira é difícil de limpar.

Micróbios podem se esconder em mamadeiras, bicos, alimentos que

não são frescos, restos de alimentos e água suja. Isto pode causar

diarréia em seu bebê.

Usar copo, prato e colher leva tempo e paciência, mas vale a pena.

Fazendo isso, você pode dar um alimento mais grosso, mais limpo

e mais nutritivo.

O bebê gosta, merece e deve ser alimentado só com

alimentos limpos e frescos.

Use água limpa (filtrada ou fervida) e não dê restos de alimentos

ao bebê.

Proteja o seu bebê contra a diarréia e o ajude a crescer

forte e saudável.

Bebê que mama no peito e come mais três refeições por dia, cresce

bem nutrido e saudável.



Evite atrapalhar o apetite e a nutrição dele dando

café, balas, refrigerantes, enlatados, salgadinhos

e outras guloseimas. Isto não alimenta o bebê.

4.3.2 - E não mama no peito

Como o bebê não mama mais no peito o crescimento dele

vai depender totalmente do alimento complementar que lhe

é dado. Assegure a freqüência, a quantidade e a qualidade

(inclusive de higiene) dos alimentos.

Dê alimentos ao seu bebê pelo menos 5 vezes ao dia, de

copo, prato e colher em vez de mamadeira.

Dê no almoço e no jantar a mesma comida da família feita com

pouco sal e sem pimenta. Junte, diariamente, folhas verdes

escuras, outras verduras e legumes coloridos. Sempre que

possível junte ovo ou um pedacinho de carne, ou frango, ou

fígado, ou peixe. Dê, pelo menos 1 vez ao dia, frutas ou outras

comidas caseiras. Não troque essas refeições por leite ou mingau.

Dê leite ou mingau apenas 2 a 3 vezes ao dia.

Deixe o bebê comer até que ele não queira mais. Encoraje-o a

comer em seu próprio pratinho. Faça-lhe companhia e observeo

enquanto come. Assegure-se que ele não tenha fome. Não o deixe

ficar sem comer por períodos muito longos. Também não force a

alimentação.

O bebê gosta, merece e deve ser alimentado só com

alimentos limpos e frescos.

Use água limpa (filtrada ou fervida) e não dê restos de alimentos ao

bebê.

Proteja o seu bebê contra a diarréia e o ajude a crescer

forte e saudável.



4.4 - COMO FAZER QUANDO SEU BEBÊ TEM DE 12 A 24 MESES?

4.4.1 - E mama no peito

Além do peito, dê outros alimentos ao seu bebê 5 vezes ao dia, de

copo, prato e colher ao invés de mamadeira.

Dê no almoço e no jantar a mesma comida da família, feita

com pouco sal e sem pimenta. Junte, diariamente, folhas verdes

escuras, outras verduras e legumes coloridos. Sempre que

possível, junte ovo, ou um pedacinho de carne, ou frango, ou fígado,

ou peixe.

Dê também, 3 vezes ao dia, frutas e outros lanches caseiros,

além do almoço e do jantar.

Não troque nenhuma dessas refeições pelo leite de peito.

Varie a alimentação. Deixe o bebê comer até que esteja satisfeito e

não queira mais.

Evite atrapalhar o apetite e a nutrição do seu bebê dando café,

balas, refrigerantes, enlatados, salgadinhos e outras

guloseimas.

O bebê gosta, merece e deve ser alimentado só com

alimentos limpos e frescos.

Use água limpa (filtrada ou fervida) e não dê restos de alimentos

ao bebê.

Com uma alimentação assim, saudável, seu bebê cresce forte e

protegido de doenças, e tem mais chance de ser um adulto sadio.

4.4.2 - E não mama no peito

Dê alimentos ao seu bebê pelo menos 5 vezes ao dia, de

copo, prato e colher ao invés de mamadeira.

Dê no almoço e no jantar a mesma comida da família feita com

pouco sal e sem pimenta. Junte, diariamente, folhas verdes

escuras, outras verduras e legumes coloridos. Sempre que possível

junte ovo, ou um pedacinho de carne, ou frango, ou fígado,

ou peixe. Dê pelo menos 1 vez ao dia, frutas ou outras comidas

caseiras. Não troque essas refeições por leite ou mingau.

Dê leite ou mingau apenas 2 a 3 vezes ao dia.

Deixe o bebê comer até que ele não queira mais. Evite atrapalhar o

apetite e a nutrição dele dando café, balas, refrigerantes,

enlatados, salgadinhos e outras guloseimas.

O bebê gosta, merece e deve ser alimentado só com

alimentos limpos e frescos.

Use água limpa (filtrada ou fervida) e não dê restos de alimentos ao

bebê.

Com uma alimentação assim, saudável, seu bebê cresce forte e

protegido de doenças, e tem mais chance de ser um adulto sadio.

Um comentário:

  1. que loucura eu num sabia. <3
    Dê no almoço e no jantar a mesma comida da família feita com

    pouco sal e sem pimenta. Junte, diariamente, folhas verdes

    escuras, outras verduras e legumes coloridos. Sempre que

    possível junte ovo ou um pedacinho de carne, ou frango, ou

    fígado, ou peixe. Dê, pelo menos 1 vez ao dia, frutas ou outras

    comidas caseiras. Não troque essas refeições por leite ou mingau

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